domingo, 10 de maio de 2009

Munique


----- Da serie: O TURISTA CORPORATIVO ACIDENTAL

Estive em Munique para mais uma reunião da equipe. Foram dias exaustivos, está cada vez mais difícil econtrar aquele tempo extra para atividades culturais. Mesmo assim, decidi escrever um sumário rápido, a exemplo do que fiz no post anterior sobre turismo corporativo.

Abaixo, relato alguns pontos que sugiro vistar quando estiver na cidade, se conseguir algum tempo livre na agenda:



  • Costumo me hospedar perto do Isartor. Chegando domingo cedo, uma ligeira corrida pelo rio Isar ajuda a combater o jetleg. Coloquei meu Asics e segui pela margem do rio até o English Garten, um volta no parque, vista magnífica de um raro domingo de manhã ensolarado, e pronto (veja o trajeto que sugiro aqui).


  • Se preferir, dá pra fazer esse trajeto de bike. Alguns hotéis alugam para passear.


  • Para aquelas comprinhas básicas, uma passada rápida depois do expediente no Oberpollinger, próximo a Marienplatz. Um luxo! Aproveitei para comprar um Hugo Boss novo, azul marinho, a nova tendência. Ainda deu pra pegar o tax refunding na saída.


  • Estava em exposição o mini Cooper. A marca inglesa hoje pertence a BMW, que fez uma divulgação mundial (inclui o Brasil). O carro é um clássico, se mantém quase sem alterações nos últimos 50 anos. Um compacto premium, um pequeno luxo mesmo para os padrões europeus. Aproveitei para fazer uma foto posada, para posteridade.


  • Depois das compras, um pausa no Viktualienmarkt, para aquele prato bávaro básico: sauerkraut mit bratwurst ( salsicha com chucrute) e mais weissbier e leberkase. Tudo muito "básico", muito “light”... Não saia de Munique sem experimentar.


  • Via de regra, jantares corportivos não são uma opção, digamos, turística, mas os colegas do escritorio conhecem locais que são típicos e ao mesmo tempo autênticos. No meio da semana fomos ao Weisses Brauhaus. Na primeira vez que fui lá, havia uma bandinha do interior da Baviera, comemorando algo (aniversário de um dos musicos, acho). Subiram em cima das mesas e começara a tocar. Um show gratuito, totalmente por acaso, com uma preformance magnífica.


  • Ainda, no meio da semana, uma pizza com os meu pares das outras regiões do mundo. Era época de Aspargos em Munique, e fomos à pizzaria Bella Italia, próxima a Rosenheimer Platz. Comida italiana é sempre uma unanimidade, mas não espere a mesma pizza que você comeu em Milão.


  • No fim da semana, sobrou tempo para jantar com os amigos que moram na cidade, no Gasteig, o centro cultural de Munique, também próximo ao Isartor. A dica é o buffet de pasta acompanhado por um Farnese Montepulciano d'Abruzzo. Surpreendentemente bom.


  • No sábado pela manhã, uma passada na Galeria Kaufhof, para comprar umas camisas pra usar no escritório. No caminho, uma parada no Karstadt Sporthaus, para comprar uma raquete Wilson para minha filha de 3 anos. O vendedor me deu um bolinha de tenis de cortesia. Um atendimento excelente.


  • Antes de seguir para o aeroporto, uma conferida rápida na Tchibo. Acho genial o conceito dessa loja. Toda semana troca o tema e todos os item a venda. Cada vez que dou uma passada numa loja da rede é uma surpresa, alem de os preços serem sempre muito bons. Dessa vez comprei uma camisa pólo para minha esposa e uma lancheira para minha filha usar na escola. Meus últimos óculos de ski comprei lá também.

Existem muitas, muitas opções em Munique, mesmo para quem viaja a trabalho. Tento escrever mais na minha próxima viagem.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Feliz aniversario, Blog!


Um ano atrás, minha idéia com esse blog era tirar o visto de imigrante digital. Tarefa difícil para alguém nascido antes da queda do muro de Berlim, quando nem o Windows existia. Minha intenção era fazer um laboratório para entender como pensam os nativos digitais, um balão de ensaio sobre a cultura Web 2.0. Parecia simples, criar um blog, escrever algumas linhas, et al... mas não é bem assim.

O primeiro desafio era criar uma proposta de valor. A definição original de weblog, me sugeria algum conteúdo próprio, de preferência gerado pela observação cotidiana do autor. Eu queria algo que valesse a pena compartilhar com os leitores, mesmo que houvesse imprecisões aqui ou ali, e ao mesmo tempo acrescentar as minhas impressões sobre o assunto. Naturalmente, com uma forte componente da minha experiência com planejamento estratégico.

Foi quando me ocorreu a serie de comentários que de vez em quanto escrevo para uma lista de discussão com outros colegas engenheiros, que chamo de “Crônicas da Metrópole”. O texto inaugural desse blog sobre o Zafari em S. Paulo foi copy/paste do e-mail original, inclusive com uma foto da banca da “bergamota”! Outro tema que foi inspiração direta dessas discussões é "O Turista Corporativo Acidental". O post Buenos Aires surgiu assim, a partir da necessidade de compartilhar dicas sobre o que fazer na cidade visitando a trabalho (veja a coleção completa de destinos comentados aqui). Fiz uma foto da Galeria Pacífico para ilustrar o artigo.

Para diagramação decidi por um lay-out do tipo, digamos, "jornalístico”, texto contra um fundo branco com uma foto a direita da página, que funciona com o o registro do evento gerador do post - a foto que ilustra essa edição comemorativa não poderia deixar de ser o novo cartão postal da cidade. Esse guideline não é necessariamente um formato inflexível, apenas queria que a página tivesse uma indentidate propria, sem precisar pensar muito na formatação. Uma ferramenta fundamental nese processo é meu N95, que uso para fazer os registros e evetualmente editar o texto durante a fase de elaboração. Recentemente passei a usar o E90, com um teclado alfa-numerico e outros recursos que facilitam a postagem.

Ao longo desse ano alguns posts merceram destaque, como A Volta do Vinil, que teve uma menção no Blog do Renato Cruz, do Estadao, e Grafite que fez sua carreira sem muita divulgação e registrou o maior numero de acessos até aqui. Outro post a destacar foi Exposição Starwars. Na foto, estou usando um lightsaber azul, em frente bilheteria da exposição. Ainda, quando comecei a correr, escrevi Pronação Leve, com minhas primeiras impressões sobre o esporte. Quase sempre, as referencias externas estão em links que servem para ilustrar os comentários.

Para monitorar o desempenho do blog, instalei o Google Analytics, afinal, a constante avaliação de performance é crítico para a o contínuo aperfeiçoamento. Até o fechamento desse post o dashboard registrava próximo de 300 visitante únicos, quase um novo por dia, que geraram acima de 1.000 page views, com picos semanis acima de 50 clicks. Bounce rate foi 75%, ou seja, 3 em cada 4 visitante retornaram. Nada mal para um blog com quase nenhuma divulgação até aqui.

Para esse ano estou estudando algumas novidades, outros temas e novos widgets. Note o Twitter update na coluna do lado direto, é um meio de publicar alguns comentários de forma rápida. Ainda estou estudando outras modificações. Vamos ver.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Grafite


---- Da serie: CRONICAS DA METROPOLE

Uma manhã de sábado dessas, fui dar uma caminhada pela Vila, e me detive por alguns momentos no Beco do Batman (agora chamado de Beco do Grafite). A arte das ruas da cidade cresceu em prestigio, dentro e fora do país, e eu estava curioso para entender o motivo de toda essa atenção. Alem de mim, havia um grupo de estrangeiros tirando fotos das pinturas e fazendo comentários em inglês britânico. Não são poucos os visitantes que têm reparado na variedade de cores e formas que ocupou avenidas como Paulista e bairros como Vila Madalena. O grafite já se tornou um patrimônio cultural da cidade

Caminhei pelas pinturas tentando entender a mensagem, mas não é assim tão simples. A primeira coisa que me vem à cabeça são os quadrinhos dos anos 80, aquelas Graphic Novels super estilizadas, que misturavam elementos futuristas e retrôs ao mesmo tempo. Alem disso, também estão presentes alguns elementos do surrealismo “psicodélico” das capas dos velhos discos de vinil dos anos 70. Uma pintura em rosa e amarelo lembra Janis Joplin misturada com Sgt. Peppers. Dá pra notar também um intenso diálogo com imagens da mídia, que remetem aos desenhos animados dos anos 90. Em uma das figuras que me chamou a atenção, tartaruginhas nadam próximas a uma raiz subaquática, com muito azul e verde, cuja arvore real existe além do muro. O quadro ultrapassa o desenho e expande a mensagem do autor. A pop art e o surrealismo talvez sejam os mais freqüentes, mas esse caldo de influências chega até aqui depois de cozinhados na inquietação cultural das ultimas décadas.

Eu tinha alguns colegas do colégio que pintavam na calada da noite, não raro correndo o risco de repressão policial. Aliás, as primeiras intervenções urbanas começaram a aparecer naquela época, mas desde lá não se via tal efervescência na pintura. Diferente daquela geração, os artistas de hoje fazem uma arte com mais cor, mais gráfica, com traços bem característicos, mas quase sempre figurativa, onde tudo é aproveitado, desde lâmpadas na parede até tintas que escorrem. Em comum, além do fato de ser feita ao ar livre, com técnicas como o spray e o stencil, tem a urgência de produzir uma comunicação ágil, que capture a atenção do cidadão que passa. Daí a importância da dimensão e da estilização em sua linguagem. Um artigo do Estado comenta que, essa é a verdadeira expressão de uma geração que buscava meios alternativos numa época em que bienais e museus se dedicaram à arte conceitual.

Leio que a arte de rua de S. Paulo começa agora a ganhar a atenção das galerias de comerciais e dos museus internacionaionais. No ano passado, o Tate Modern, em Londres, teve sua fachada pintada por artistas de rua, entre eles os brasileiros Nunca e Os Gêmeos, como parte da exibição Street Art at Tate Modern. Segundo a Veja, o passo natural após o reconhecimento seria a arte urbana migrar para galerias de arte, onde chegam a alcançar valores de até R$ 100 mil. Até mesmo o prefeito Kassab decidiu incentivar o momento cultural das ruas da cidade, visitando obras famosas e reafirmando o bom relacionamento entre a prefeitura e os grafiteiros. No ano passado diversos trabalhos foram inadvertidamente apagados pelos fiscais da “Cidade Limpa”, mas já foram todos refeitos. (Veja o vídeo da reinauguração do mural na Radial Leste, no G1)

O grafite é o “novo” agora, e o Beco do Batman talvez seja a grande referência em termos de arte de rua de S. Paulo.