segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Salão do Automóvel


---- Da serie: CRONICAS DA METROPOLE

Estive no Salão do Automóvel em busca de conhecer os avanços tecnológicos sobre rodas. O motor show desse ano trouxe muito pouco sobre o que há de novo em tecnologia e conceito, mas sempre se pode apreciar os clássicos como Ferrari e Porsche. São 170 expositores, cerca de 450 veículos de 40 marcas. Segundo a organização, mais de 650 mil pessoas passaram pelo Pavilhão de Exposições do Anhembi.

Comunicações móveis e automóveis têm tudo a ver. Me chamou a atenção o Mustang da Nokia, modelo 2009, 'tunado' com Nokia N series - as fotos desse blog são feitas com um N95, uma visão geral do publico me sugere que 8 de cada 10 cliques são feitos por um celular - a Nokia equipou o carro para mostrar o que é possível fazer a partir do aparelho. O Car Kit é um acessório bluetooth que permite funções como GPS e música. Quando entra uma ligação, o player pausa atomaticamente para você atender a chamada sem a necessidade de tirar os olhos da estrada. Um 'must' para quem pega o trânsito dessa metrópole. Destaque para a tela removível, um LCD de 2,2 polegadas que muda de cor de acordo com o painel do carro.

Outra tendência, os combustíveis alternativos. A GM apresentou o Volt, sua aposta no mercado de carros híbridos. Faz até 64 quilômetros sem usar uma gota de gasolina - e sem a emissão de gases. Li que a unidade de tração elétrica proporciona o equivalente a 150 cavalos de potência, e uma velocidade máxima de 160 quilômetros horários. A GM calcula que o Volt consumirá apenas 2 centavos de dólar por 1,5 quilômetro a bateria, em comparação com 12 centavos utilizando gasolina, o que representa uma economia de US$ 1.500 por ano. Outro dado que me impressionou é que o carro consome menos energia elétrica por ano do que as geladeiras e refrigeradores domésticos! No entanto, um colega engenheiro elétrico comentou comigo que o problema maior ainda é que, para encher um tanque leva 5 min, equanto carregar uma bateria leva uma noite inteira. Quem teria paciencia?

Também passei no estande da Ferrari, que me traz a lembrança os seriados Magnum e Miami Vice. Esses carros têm algo de mágico. O modelo conversível 430 Scuderia é a estrela no estante. Mescla o melhor de dois mundos, o das Ferrari das pistas e as de rua. Reconhecível por suas faixas duplas do capô à traseira, herda tecnologia testada na F1. Seu V8 aspirado de 4.3 litros é responsável por 510 cavalos e chega a 319 km/h. O câmbio manual automatizado de seis velocidades consegue fazer trocas em 60 milésimos de segundo! Em tempo: estava em exposição o modelo atual do que seria a 'Ferrari do Magnum' em sua versão 2009, a 599 GBT.

Falando em italianos, o Blog do Estadao, elegeu os melhores segundo os leitores. O carro mais caro da feira acabou ficando em segundo, o italiano Pagani Zonda, que custa a bagatela de R$ 5 milhões. Aparecem na lista ainda o bugão 100% nacional da Fiat, elétrico, bonito de ver, mas sem previsão de virar comercial. Em primeiro ficou o Mustang Shelby, que leva o singelo título de “King of the Road”. Se for pra escolher, os meus preferidos são os clássicos alemães: BMW, Mercedes e Porshe. O tradicional modelo Porsche 911 foi apresentado quase sem mudanças, o design teve alguns retoques e o motor boxer de seis cilindros agora conta com injeção direta de combustível. A Mercedes trouxe o Smart, que pode ser interessante para as ruas de S. Paulo, por ser pequeno e prático. Ou não.

Esperava mais, tanto em participação como em inovação. Achei falta de outras marcas que gosto, como Aston Martin. O show também deixa muito a desejar em termos de tendências quando comparado com seus similares europeus como, por exemplo, o Salão de Frankfurt. Paciência... quem sabe no próximo.