segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Salão do Automóvel


---- Da serie: CRONICAS DA METROPOLE

Estive no Salão do Automóvel em busca de conhecer os avanços tecnológicos sobre rodas. O motor show desse ano trouxe muito pouco sobre o que há de novo em tecnologia e conceito, mas sempre se pode apreciar os clássicos como Ferrari e Porsche. São 170 expositores, cerca de 450 veículos de 40 marcas. Segundo a organização, mais de 650 mil pessoas passaram pelo Pavilhão de Exposições do Anhembi.

Comunicações móveis e automóveis têm tudo a ver. Me chamou a atenção o Mustang da Nokia, modelo 2009, 'tunado' com Nokia N series - as fotos desse blog são feitas com um N95, uma visão geral do publico me sugere que 8 de cada 10 cliques são feitos por um celular - a Nokia equipou o carro para mostrar o que é possível fazer a partir do aparelho. O Car Kit é um acessório bluetooth que permite funções como GPS e música. Quando entra uma ligação, o player pausa atomaticamente para você atender a chamada sem a necessidade de tirar os olhos da estrada. Um 'must' para quem pega o trânsito dessa metrópole. Destaque para a tela removível, um LCD de 2,2 polegadas que muda de cor de acordo com o painel do carro.

Outra tendência, os combustíveis alternativos. A GM apresentou o Volt, sua aposta no mercado de carros híbridos. Faz até 64 quilômetros sem usar uma gota de gasolina - e sem a emissão de gases. Li que a unidade de tração elétrica proporciona o equivalente a 150 cavalos de potência, e uma velocidade máxima de 160 quilômetros horários. A GM calcula que o Volt consumirá apenas 2 centavos de dólar por 1,5 quilômetro a bateria, em comparação com 12 centavos utilizando gasolina, o que representa uma economia de US$ 1.500 por ano. Outro dado que me impressionou é que o carro consome menos energia elétrica por ano do que as geladeiras e refrigeradores domésticos! No entanto, um colega engenheiro elétrico comentou comigo que o problema maior ainda é que, para encher um tanque leva 5 min, equanto carregar uma bateria leva uma noite inteira. Quem teria paciencia?

Também passei no estande da Ferrari, que me traz a lembrança os seriados Magnum e Miami Vice. Esses carros têm algo de mágico. O modelo conversível 430 Scuderia é a estrela no estante. Mescla o melhor de dois mundos, o das Ferrari das pistas e as de rua. Reconhecível por suas faixas duplas do capô à traseira, herda tecnologia testada na F1. Seu V8 aspirado de 4.3 litros é responsável por 510 cavalos e chega a 319 km/h. O câmbio manual automatizado de seis velocidades consegue fazer trocas em 60 milésimos de segundo! Em tempo: estava em exposição o modelo atual do que seria a 'Ferrari do Magnum' em sua versão 2009, a 599 GBT.

Falando em italianos, o Blog do Estadao, elegeu os melhores segundo os leitores. O carro mais caro da feira acabou ficando em segundo, o italiano Pagani Zonda, que custa a bagatela de R$ 5 milhões. Aparecem na lista ainda o bugão 100% nacional da Fiat, elétrico, bonito de ver, mas sem previsão de virar comercial. Em primeiro ficou o Mustang Shelby, que leva o singelo título de “King of the Road”. Se for pra escolher, os meus preferidos são os clássicos alemães: BMW, Mercedes e Porshe. O tradicional modelo Porsche 911 foi apresentado quase sem mudanças, o design teve alguns retoques e o motor boxer de seis cilindros agora conta com injeção direta de combustível. A Mercedes trouxe o Smart, que pode ser interessante para as ruas de S. Paulo, por ser pequeno e prático. Ou não.

Esperava mais, tanto em participação como em inovação. Achei falta de outras marcas que gosto, como Aston Martin. O show também deixa muito a desejar em termos de tendências quando comparado com seus similares europeus como, por exemplo, o Salão de Frankfurt. Paciência... quem sabe no próximo.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Holambra

--- DA SERIE: CRONICAS DA METROPOLE

Esse fim de semana fui a Holambra, vistar a Expoflora. Todo morador da metrópole não perde a chance de fugir da capital quando pode. O problema é extamente esse: você econtra TODOS os moradoras da metrópole por lá, e mais alguns das metrópolos vizinhas... extamente tudo o que voce queria evitar.

Minha primeira dica é: evite a exposição propriamente dita, alí o que você menos vai ver é "flora". Pra falar a verdade, é possível ver uma variedade maior e mais bem cuidada no CEAGESP, do que na feira. Mesmo a expoisção de urbanismo. Caso voce queira muito ir, principlamente por causa da chuva de pétalas, vá no dia da inauguração, quando pelo menos o ambiente está preprado pra esperar os visitantes. Depois que chegam as hordas de turistas, tudo vai por água abaixo, literalmente. (A blogosfera se ressentiu disso).

Mas deixando a feira de lado, Holambra tem outras atrações mais interessantes.

Pra comemorar os 60 anos da colonizacao holandesa, a cidade construiu o maior moinho da America Latina, sob a supervisão direta do arquiteto holandês Jan Heidra. Um primor arquitetônico. Cópia fiel dos tradicionais e famosos moinhos holandeses,tem 38,5 metros de altura e é totalemnte operacional. Cada pá do equipamento tem 12 metros de comprimento, o que permite a geração de uma tração motora de 60 cavalos de força, o suficiente para movimentar duas pedras de basalto de lava com o peso de uma tonelada cada. O moinho tem um mirante que permite a seus visitantes uma visão privilegiada da cidade e arredores.



Um dica para o almoço e a fazenda Em Busca do Galope. uma deliciosa comida caseira feita num autêntico fogão à lenha! A Dona da fazenda, uma descendente de holandeses, comanda a cozinha pessoalmente, com os seus quarto filhos sempre por perto. Minha filha adorou andar a cavalo, supervisionado de perto pela instrutora, uma das filhas da dona.

Ates de sairmos, um pausa nas lavouras de trigo, para aquela foto clássica no campo (mas cuidado com os marimbondos!). E pois é só seguir viagem de volta pra S. Paulo.



segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Buenos Aires


----- Da serie: O TURISTA CORPORATIVO ACIDENTAL

Estive na Argentina esses dias para mais uma serie de reuniões com clientes. Buenos Aires ainda mantém aquele velho charme, ainda mais agora que o cambio está extremamente favorável.

Normalmente, executivos que viajam a trabalho tem pouco ou nenhum tempo para aproveitar a estadia e, quando tem algumas horas livres, em geral não sabem exatamente como extrair o máximo benefício dessa preciosidade. Esses raros momentos podem servir como aprendizado dos diversos ambientes culturais.

Em discussão com amigos executivos, que também tem visitado os mais variados destinos, acabamos trocando idéias de como aproveitar melhor o tempo. Se juntássemos todas as experiências, poderíamos escrever um livro, que chamaríamos “O Turista Corporativo Acidental”.

Mas enquanto a idéia do livro não sai do papel, ou melhor, não vai pro papel, pelo menos dá pra postar no blog. Abaixo um compilado de dicas das ultimas vezes que estive em Buenos Aires esse ano.
  • Com a tarde de domingo livre, não deixe de ir a feira de San Telmo. Uma mistura de Benedito Calixto com o Brique da Redenção. Um lugar excelente para comprar aquele chapéu para o as aulas de tango (que um dia você queria fazer...). Não deixe de experimentar a “media-luna” (versão Argentina do pastel) no charmoso Dorrego Café, bem na esquina da praça.


  • Dali, dá pra caminhar pela Calle Defensa em direção à Plaza de Mayo, parando nas bancas dos camelôs para comprar aquele artesanato básico (e depois contar que comprou lá). Eu comprei um cinto de couro muito bom - tinha esquecido, e não sabia o que fazer para reunião do dia seguinte. Deu pra segurar as pontas, ou melhor, as calças.


  • No caminho fica a Iglesia de Santo Domingo, na esquina com a Avenida Belgrano. Dali em diante, a rua troca de nome, e a Calle Defensa se transforma em Reconquista, porque a região teve que ser retomada dos ingleses… Uma das torres ainda guarda as marcas das balas da batalha.


  • Ao final da caminhada, está a Plaza de Mayo e a Casa Rosada. È a “Esquina Democrática” da Argentina. Dificilmente alguém passa incólume, sem que haja algum tipo de protesto. Havia uma faixa dizendo algo como, “ex-veteranos da guerra das Malvinas não reconhecidos!”. Um tipo de memória ao "soldado desconhedico" da guerra. Estranho, já faz tempo, mas parece que os caras não esquecem.


  • Resolvi seguir pela Calle Florida, para as primeiras compras essenciais. A rua é um peatonal (calçadão), com todo tipo de loja. Você pode fazer uma pose com os dançarinos de tango na rua. A foto sai por, digamos, uma “doação” de 5 pesos.


  • Na Florida, passando a Córdoba, a dica para abastecer seu estoque de camisas para usar no escritório é a loja da Dior. Todas por um preço excelente, comprei logo duas.


  • No meio da semana, sobrou tempo no final do dia para um passeio na Recoleta, uma das áreas residenciais mais elegantes, de estilo francês, com grandes áreas verdes, mas a grande atração é o cemitério. Como tinha apenas poucos minutos, o guia turístico nos guiou diretamente até o Mausoléu da Evita.


  • Entas de de embarcar de volta, A Galeria Pacífico é a pedida mais fácil para compras. Vale a visita nem que seja para fotografar a cúpula central com o belíssimo afresco de Antonio Berni, "El amor o Germinación de la tierra".


  • Na Galeria, você pode encontrar desde Hugo Boss até aqule Rayban clássico dos anos 80, por preços realmente camaradas. Após 2 hs, minhas compras incluíram uma roupa para minha filha na loja Mimo & Co, um joguinho da Imaginarium, e uma bolsa Prüne para minha esposa.


  • Não poderia encerrar sem mencionar o Puerto Madeiro. As antigas docas que foram recicladas para dar vida a elegantes escritórios e luxuosos restaurantes. Cheguei mais cedo para uma boa caminhada pelo dique, e para fotos com a Fragata Sarmiento e a Puente de la Mujer. Para o jantar, minha sugestão é o magnífico “ojo de bife”, que pode ser encontrado na Caba Las Linâs.
Com o tempo, se desenvolve uma certa habilidade de balancear os Top 10 principais pontos turísticos com as obrigações do trabalho. Vale a viagem.

sábado, 28 de junho de 2008

Pronação Leve


Comecei a correr. Eu não tinha idéia da quantidade de variáveis que estão envolvidas quando se pretende levar a corrida a sério. Uma verdadeira ciencia!

Aproveitei o convênio da empresa com uma consultoria e decidi melhorar o meu condicionamento. Não que eu fosse um sedentário, pratico squash ha quase 4 anos, mas que precisava melhor meu fôlego por que já estava atrapalhando minha performance. Pensei que ia ser moleza, mas me enganei. Nos primeiros minutos que meus joelhos começaram a doer, percebi que precisava refazer todo o meu planejamento, rever as metas, plano de ação, avaliações e tudo o mais.

Segundo uma pesquisa da MSI Sports, a modalidade preferida entre os presidentes das 500 maiores empresas da Exame é a corrida, com 27% da preferência. Em novembro de 2007, mais de 4 mil executivos correram na Maratona de Nova York. Desses, 288 eram presidentes de companhias (leia sobre o caso do google aqui). No entanto, entre as praticadas de fato, a corrida fica apenas com a 3a colocação, alcançando apenas 11%. Isso mostra a distancia entre a intenção e a execução. Ainda, cerca de 40% dos presidentes praticam até 2 modalidades de esportes. Minha ideia era exatamente essa, complementar o Squash com mais uma modalidade para ganhar condicionamento.

Comecei pelo calçado. Hoje em dia os tênis são tão evoluídos tecnicamente, que precisei fazer um exame para identificar qual era o meu tipo de pisada. O resultado deu "Leve Pronação". Um corredor é considerado "pronador" quando toca o solo com a parte externa do calcanhar e rola o pé para dentro. O instrutor do meu teste me diz que 85% da população tem característica de "pronador", os restantes 15% são "neutro" ou "supinado", com rotação para fora. Para o meu caso, optei por um Asics Kaynano, com amortecimento com gel.

Um artigo do Jornal Valor conta que o mercado de tênis para corrida ja ultrapassa o de futebol. O crescimento do interesse por correr ja faz com que a participação de mercado supere os 28%, contra 20% dos tênis de futebol. Mesmo entre os que não correm, ou mesmo que não praticam nenhum esporte, a preferência pelo estilo running fica acima dos 40%. A líder nesse segmento é a Asics, que faturou próximo de R$ 50 milhões no país no ano passado. A previsão é que o Brasil seja o quarto mercado do grupo em pouco tempo. Quando testei vários tênis para corrida, entre eles o do concorrente direto, Mizuno, não tive duvidas de ficar com a Asisc.

Pra dar uma idéia, a Federação Paulista de Atletismo registrou 200 alvarás emitidos pra realização de corridas de rua em 2007, um crescimento de 800% em menos de 7 anos. Esse fenômeno pode ser observado nas ruas de São Paulo a Nova Yorque, de Paris a Munique. Cada vez mais as pessoas migram de outros esportes para a corrida, ou aprimoram o condicionamento correndo. Uma colega, executiva de RH, me disse que trocou o squash pela corrida porque é mais fácil de praticar quando se viaja muito a trabalho. Para o squash, você precisa da quadra e de de um parceiro, enquanto que para correr você só precisa do calçado e da paisagem. Meu chefe me convidou para correr ao longo do rio Isar, em Munique - aliás, no Isar dá até mesmo para fazer surf - dificilmente um esporte indoor proporcionaria algo assim.

Correr também melhora o humor do sujeito. Cientistas acabam de comprovar o que os atletas já sabiam ha muito tempo, o efeito Runner´s High. A atuação da endorfina no cérebro dos corredores pôde finalmente ser verificada, o que deve trazer avanços para a medicina esportiva, especialmente para aqueles que não vêem graça nenhuma em fazer exercícios. Faz algum tempo, outro executivo da matriz, na Alemanha, me disse que, após a corrida, ele tinha uma percepção totalmente diferente de um determinado problema. Correr o ajudava a pensar numa solução criativa. Recentemente um artigo da BBC comenta um estudo da Universidade Stanford, cujos resultados indicam que correr tambem pode reduzir os efeito do envelhecimento.

Escolher uma boa consultoria para o acompanhamento também é importante. Academias como a Bio Ritmio já contam com serviços de treinamento personalizados de assessoria esportiva. A academia tem 30 mil alunos, mas sua 'divisão' de consultoria, a 5ways, mantém estrito foco para os seus 150 alunos. Isso é o ideal para um assessoramento mais personalizado. Com treinos na USP e no Ibirapuera, alem de suporte na realização de provas, a atenção ao (pretenso) atleta como eu é fundamental para a motivação. Pra falar a verdade ainda não atravessei aquela linha em você percebe que, "agora vai, peguei o jeito, nao paro mais!... até lá, ainda dá pra cair em si e desistir.

Esse mês, fiz os teste dos 3Km. Completei o percurso em 19 min, com média de 95% da FCM - Freqüência Cardíaca Máxima. O instrutor me diz que um principiante normalmente fica entre 18 e 25 min. Até que não estou tão mal. Minha meta é chegar aos 1okm até o final do ano. Vamos ver.

domingo, 22 de junho de 2008

Speed Racer

---- Da serie: CONSUMIDOR EXIGENTE

Resisti o que pude, mas acabei comprando um carrinho de ferro, replica do Mach 5. Sabe aqueles papais que compram brinquedos para eles próprios? Pois é... esse é o meu caso. Minha filha até achou estranho quando minha esposa explicou: "Esse é do papai!". Pelo menos, vai ficar bonito na estande livros. No fim das contas, sempre acaba servindo de acessório de decoração.

Para nós, consumidores formados nos 80, é difícil resistir ao apelo dos carrinhos de ferro, ainda mais somado a nostalgia das series de televisão. Aquela gurizada, que na época vivia de mesada, hoje são executivos endinheirados e consomem todos esses produtos vorazmente. Por exemplo, um colega do escritório me disse que perdeu os sentidos quando viu uma replica da Entreprise da serie clássica, e, quando voltou a sí, ja estava dentro de casa com a navezinha nas mãos. Com um agravante: ele é do departamento de Financing&Conrtoling, ou seja, treinado para evitar gastos desnecessários.

Apesar disso, esse tipo de consumidor tem um perfil altamente exigente, difícil de agradar, que torce o nariz para desvios do script original. Acostumado com a qualidade das marcas tradicionais, como os carrinhos de ferro Matchbox, jamais compraria um da Hotwheels de plástico, por exemplo - mesmo que agora sejam da mesma empresa, Mattel. Por outro lado, não da pra ignorar o novo consumidor, a gurizada que vive de mesada hoje, mas que tem um perfil totalmente diferente, heavy-users de vídeo game e web 2.0.

Uma amostra disso é que o maior desafio do filme do Speed Racer, segundo a USA today, é se equilibrar entre os consumidores originais e a nova geração Youtube. Para muitos aficcionados, eu inclusive, o Mach 5 é o verdadeiro protagonista da série, e a idéia de apresentar um novo Mach 6 soa arriscada. Entendo que existe a necessidade de atualizar tecnologicamente o carro, mas... tambem não precisa relegar o clássico Mach 5 ao "carro do rodizio" da familia Racer. O resultado é que o filme não está indo bem na bilheteria, custou 120 milhões de dolares e, até a publicação desse post, tinha faturado pouco acima de 80 milhões.

De qualquer forma não se trata de um consumidor retrô pura e simplesmente. Atulizações até que são bem recebidas desde que façam sentido. O problema é acertar a mão. Como atualizar o conceito sem mexer no Mach 5? Um idéia do que me pareceu interessante, é apelar para as preocupações atuais dos antigos fans, como o tema ´save the planet`, e o debate sobre energias renováveis. Nada mais apropriado para uma estória sobre carros de corrida. O filme tem um mérito nesse ponto, e vem exatamente de uma empresa brasileira: o carro Green Energy, da Petrobras.

Leio no Estadão que a Petrobras investiu 1 milhão de dolares para ter um carro no filme do Speed Racer (veja o making of aqui). Um excelente investimento de marketing, ainda mais se comparado aos 6 milhoes de Reais (três vezes mais) que investe no carnaval para ter somente 3 dias de exposição, com um alcance claramente reduzido. Com o filme, a imagem da empresa vai correr (literalmente) o mundo junto com o Speed, com direito a reprises em DVD, TV e, quem sabe, até uma seqüência no cinema. Alem disso, o mote do biocombustível Green Energy é super oportuno para uma empresa que vive de queimar petróleo. Sem falar que endereça o publico correto, os marmanjões que compram carrinho de ferro.

sábado, 24 de maio de 2008

A volta do Vinil?


---- Da serie: CRONICAS DA METROPOLE

Ontem passei na Livraria Cultura do Maket Place, e descobri um coisa interessante: o disco de vinil está de volta!

Logo na entrada da seção de CDs me deparei com o bom e velho Machine Head, do Deep Purple. Era a edição comemorativa de 25 anos do disco, igualzinho ao original de 72... em vinil! A primeira vez que vi um exemplar foi no início do anos 80, importado da Alemanha, quadrafonico, uma raridade já naquela época. Quem tinha um, guardava no cofre.

Com o disco em mãos, fui falar com a gerente da loja. Queria saber o preço, mas também estava curioso para saber a razão de tanto destaque. Ela me disse que o Vinil está de volta! Me disse ainda que está mandando bem, e que o Vinil deve ultrapassar a vendagem de CDs em poucos anos. Um exagero, claro. O disco custava 74,90 reais, uma verdadeira fortuna na época do Itunes, em que uma faixa custa em torno de 2 dolares. Notei que alguns álbuns chegam a custar 150 pilas. Quase me arrependi de ter vendido minha coleção antiga de quase 400 peças a troco de banana... hoje estaria valendo uma boa grana!

Muito se falou sobre a redenção nostálgica do bom e velho Long Play de 180 gramas desde que a BPI - Indústria Fonográfica Britânica anunciou que a venda de vinil deu um salto no ano passado, atingindo o maior volume semanal em 20 anos. A HMV, maior loja de discos britânica, confirmou em um artigo do The Guardian que está expandindo o espaço na loja dedicado ao vinil para antender ao aumento da demanda, exatamente como está fazendo a Livraria Cultura. Até mesmo a Amazon inglesa já criou uma seção somente para o vinil.

As razões mais freqüentemente apontadas para esse retorno nostálgico, segundo a Wired, são 1) o som mais "quente e honesto" do Vinil, e 2) a "maior conexão", entre o artista e o consumidor, que somente os encartes dos álbuns de vinil proporcionam. Leio artigos apaixonados, escritos por nostálgicos de plantão como Ivan Lesa, torcendo por uma virada histórica, e descrições técnicas exacerbadas, criticando o excesso de compressão dos CDs - um artigo da Rolling Stones traz um comentário afirmando que 90% da música é jogada fora nesse processo. Claro, por trás desse ressurgimento também está a indústria fonográfica, ávida por uma mídia alternativa que faça frente aos Ipods, e que seja difícil de piratear.

Mas será que tudo isso é suficiente para um retorno sustentável?

A moça me diz que são vendidos hoje próximo de 200 discos de vinil por mês na rede da livraria, contra 3.000 CDs. Isso equivale a 6% da vendagem geral. Nada mal para uma mídia que até ha pouco tempo era considerada praticamente extinta. Some-se a isso a queda histórica na venda dos CDs, que já chegou a bater em históricos 10.000 por mês na rede, e dá para imaginar que talvez o vinil venha realmente a virar o jogo... mas só porque o CD está sendo sufocado pela media digital, pelos downloads, pela Internet e pelo celular.

Apesar dos entusiastas da tecnologia e dos nostálgicos de plantão, o mercado faz sua próprias escolhas. No início do ano, a Times, publicou um artigo bem interessante, comentando os dados da Nielsen SoundScan (pg 15). A vendagem do vinil chega a meros 0,2% da receita total, comparada com 89,7% da venda de CDs. Downloads representam 10% e crescendo - mas essa contagem desconsidera, por motivos óbvios, o mercado informal. Em números redondos, a venda do vinil chegou perto de 1 milhão de unidades no ano passado, e vem crescendo em torno de 15% ao ano. Nada mal, mas é sustentável esse crescimento? Difícil.

Claramente o Vinil está limitado ao um segmento de nicho, que logo vai atingir o seu teto, enquanto o mercado de massa está amplamente atendido por iPods carregados com 60 Giga de MP3. Perguntei qual o perfil dos clientes de hoje que compram discos de vinil na livraria, e ela me disse que a grande maioria são os nostálgicos, o tipo de caras como eu, que se impressionam ao ver o Machine Head reeditado, e os DJs, que utilizam esse formato nas suas pick-ups. Não me parecem segmentos que venham a sustentar uma virada a longo prazo. Seria o equivalente a dizer que os restaurantes gastronômicos vão superar o McDonalds.

Existem ainda os fâs de carterinha, que compram tudo que sai sobre o artista. Um artigo do Independent cita que o álbum em vinil mais vendido na Inglaterra é um compacto do White Stripes, cujos fãs são em grande parte adolescentes que nem sequer tem onde tocar esse formato. Eles consideram os encartes verdadeiras obras de arte e encaram as coisas assim: o MP3 são para ouvir, o vinil é pra guardar. De olho nesse mix, alguns artistas já distribuem os LPs com vouchers para downloads das musicas do álbum, como por exemplo o último do Elvis Costello, atendendo assim os que gostam dos encartes mas não abrem mão da praticidade de ter as suas canções preferidas em mídia digital.

Ela perguntou se eu queria ouvir, e falei que não. Se ouvisse, eu ia acabar comprando, e tambem não tenho mais onde tocar esses discos. Ela insistiu, argumentando superioridade técnica e tal, mas rebati dizendo que toda essa qualidade só é possível na primeira execução. O contato mecânico com a agulha causa o inevitável desgaste das peças. Mais tarde, lendo a resenha dos usuários da Amazon sobre o Machine Head em vinil, percebo que o principal motivo para a compra do novo disco é que o antigo já se desmanchou de tanto ouvir.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Exposição Star Wars


---- Da serie: CRONICAS DA METROPOLE

Sei que não é o meu forte, mas tive que escrever mais esse flash da serie "crônicas da metrópole".

Hoje fui a exposição Star Wars na bienal. Levei minha filha de 1 ano e 1o meses para disfarçar. Recomendo também visitar a academia Jedi. Vale a pena, mesmo para quem não tem filhos pequenos - alias, marmanjo era o que não faltava. Minha dica: vá a noite, com sorte você consegue assistir aos lighsaber fights ao ar livre.

Esses sabres de luz da Master Replicas sao fenomenais. Um briquedo Geek total. Experimentei um, em frente a bilheteria, e fiquei impressionado. Trazem os sons a a vibração dos sabres do filme. Tambem são interessantes as replicas dos uniformes dos Stormtroopers e dos Jedis de plantão. A Forbes estima que o mercado de produtos licenciados chegue a US$20 bilhões desde a estreia até os dias de hoje. Esse fenômeno influenciou toda a indústria, que cresceu de U$5 bilhões/ano na época para 60 bilhões já na decada seguinte. Segundo a Variety, já se tornou parte da cultura ocidental.

Quando o primeiro filme da serie estreou em 77, eu tinha 9 anos e quase não tinha idade para ir no cinema. Só fui assistir mesmo anos depois, na sessão da tarde! Agora vejo essa gurizada de 6 anos treinando com sabre de luz na academia jedi. Ninguém imaginou que a franquia fosse Durar tanto. Nem a Fox Studios. Talvez o unico tenha sido o próprio George Lucas, que obteve do studio um acordo para ficar com 40% da receita de merchandise. Um grande negócio.

Leio que exposição custou R$ 4 Milhões, dos quais R$ 2,5 milhões foram captados por meio de Lei Rouanet de incentivos fiscais. Mesmo assim, a exposição brasileira está muito aquém de seus similares em outros paises, que são mais ricos em replicas de naves em escala real, cenários, e até um Han Solo congelado em carbonita, do episódio V. Veja como foi a exposição em Londres clicando aqui.

Ha... como todo evento que se preze, tem aquela lojinha caça-níqueis básica na saída, para te arrancarem mais alguns trocados. Fiz uma foto da minha filha nos trajes brancos da princesa leia do episódio IV. Editada digitalmente, claro, mas só te entregam a impressão em uma coisa antiga chamada papel. Um atraso, anticlímax total em se tratando de Star Wars, pioneira em película digital.

sábado, 12 de abril de 2008

Zaffari em S. Paulo


---- Da serie: CRONICAS DA METROPOLE

Acabei de chegar da minha primeira visita ao Zaffari em S. Paulo. É uma experiência e tanto! Pensei se devia ou não escrever sobre isso, mas o bairrismo falou mais alto.

A primeira coisa que impressiona é que o hipermercado é uma replica exata da Bourbon da Ipiranga. Acho que é único lugar de S. Paulo que voce vai comprar bergamota e cacetinho. Serio! A reprodução é tal que a placa da pokan diz bem grande "bergamota", e na seção de pães ao lado do pão francês tem um minúsculo pãozinho com uma plaqueta dizendo "cacetinho".

Fiz um teste e pedi cacetinho pra mulher do balcão. Primeiro ela fez cara seria, mas depois caiu na gargalhada. Ela tinha feito o treinamento, sabia que era pra não rir, mas não conseguiu segurar. Rimos todos juntos, os outros fregueses inclusive. Aproveitei pra perguntar se tinha gaúchos no staff do mercado, e uma das moças me respondeu que são ao todo 950 funcionários no Shopping, dos quais 150 são gauchos.

E mais, voce pode comprar cuca! De uva! Mais ainda: nata Piá!! Imaginem, nata! Fui até a gôndola da nata para ver com meus próprios olhos, mas tinha acabado. No corredor, um piquete de gaúchos reclamavando com o gerente, que tentava explicar que eles não esperavam tanta procura. Já mandou providenciar mais, deve chegar amanha. Tinha uma senhora contanto que trazia nata de "contrabando" do rs a pedido dos vizinhos.

No fim, ele perguntou pro pessoal: "Já pegaram chimia?" Chimia?? Bah, é demais! Todo mundo sabe que cuca com nata e chimia é bom barbaridade! Fui até o setor de doces e encontrei mu-mu! E tem tambem tijolinho! E mandolate! Acho que o unico que mantiveram o nome foi o brigadeiro. Abasteci de chimia, Ritter é claro. O Zaffari vai ser uma porta de entrada para todos esses produtos gauchos no mercado paulista.

Outra boa noticia pra gauchada: finalmente da pra comprar erva decente aqui. Tem bomba e cuia também! Na gôndola de chás, não encontrei o Chá Prenda. Falei para a gerente do setor, e pra minha surpresa, ela puxou uma planilha com as sugestões dos fregueses e já estava lá: "chá prenda". Disse que vários clientes estavam pedindo. E não acaba aí, o setor de carnes tem até carne moída "de segunda", e também "de primeira" se preferir. Dava pra ver a expressão perplexa dos paulistanos tentando entender o que é isso. No setor de massas tem Tortei! Tortei!

O impacto é tal que em pouco tempo eu já estava falando com sotaque gaudério. Achei até estranho sair e pegar a Turiassu, depois Pompeia. Inconscientemente, voce espera sair na Ipiranga. Já em casa, escrevo comendo um biscoito amanteigado da Stofel. O Zaffari conseguiu juntar o que tem de melhor em Porto Alegre com o que tem de melhor em São Paulo, como o suco de laranja Fazenda Boa Vista e água mineral São Lourenço (mineira).

E olha... não falei do shopping. 200 lojas, e até uma starbucks. Nada mal para um novo entrante. Vai desde a primeira loja da TipTop em são paulo até uma Armani Exange, passando por Zara e Crawford. Só falta a lojinha do Grêmio, igual a do Bourbon da Ipiranga.


ps: Único ponto negativo: tem que pesar as frutas na balança do setor, não pesa direto no caixa! Um atraso. Essa vai ser a maior queixa dos paulistanos, acostumados a praticidade de ir direto pro caixa com as frutas e verduras.

pps: Um artigo da Istoe Dinheiro aponta que o faturamento por metro quadrado do Zaffari, de R$ 11,2 mil, é maior que o do Wal Mart, e comenta que a entrada do Zaffari na vitrine de S. Paulo adiciona muito valor a marca, mas... vai conquistar os paulistas?